quinta-feira, julho 23, 2015

Sonetar e coçar, eis a questão (soneto 5077)

De amigos escutei que alguém commenta
a minha posição na poesia,
dizendo que à exhaustão eu ja teria
levado o sonetismo. Gente attenta!

Procede essa attenção, mas, aos sessenta,
ainda não parei. Que eu gostaria
de ter levado, é claro! Quero, um dia,
dizer que o fiz, que nada se accrescenta.

Depois de alguns milhares, dez ou vinte,
talvez à conclusão chegar eu possa
de, emfim, tel-o exgottado, e com requincte...

Não creio que, comtudo, nesta grossa
e vasta producção, tal chance pinte.
Emquanto eu não morrer, mais um me coça.

                                           Glauco Mattoso


Obs.: Quaesquer textos assignados por Glauco Mattoso estarão em
desaccordo com a orthographia official, pois o auctor adoptou o systema
etymologico vigente desde a epocha classica até a decada de 1940.

Nenhum comentário:

Postar um comentário