sábado, julho 18, 2015

Distâncias

um após o outro,
todos os impérios, uma após a
outra, todas as guerras, tudo
o que não perturba o silêncio do
vácuo, tudo o que não será letra na
ausência de nome entre este poema,
escrito sobre as costelas de minha
morte, e a sobrancelha de uma mulher,
entre a mesma sobrancelha de uma
mulher e as explosões no umbigo de
um sol em transe, entre as pupilas
ardendo cheias de areia e as cisternas
turvando-se com todo nosso sangue,
entre um piscar de olhos e um piscar
de estrelas, alguns bilhões de vidas
se apagando,


                       Jonatas Onofre

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