terça-feira, agosto 25, 2015

[vamos a 91 quando dava gosto
nascer nesse país]
e os
jornalistas
cantavam árias de
jazz nos gramados de
nova york
porque não
por
que não
fazer parte dessa
banana - van
guardista na vitrine
do cinema são luís dos
lençóis maranhenses?
- as pessoas
caçavam um demônio
que funcionas-
se sem manuais e
baterias recar-
regáveis -
ajoelhados
à janela de uma
tv
quem ousaria querer
outra coisa?
(uma pena
eu ainda não
saber
que era possível se
excitar
com as mãos macias de
uma pergunta
retórica)
aqui podem
confessar as sau-
dade política-
mente incor-
retas:
cigarros em
horário nobre, ma-
milos no almoço
e um puta
que pariu antes
de encher a lan-
cheira
do seu fi-
lho
mais novo
[espero
que ninguém
se confunda com
a quantidade
de espelhos no
avesso
desse poema]
células cerebrais
estavam sempre em banho-
maria
e os narizes co-
çavam sem coca-
ína
ou cola?
besteirol del-
larte,
eu sei,
e a gente sem
entender
- mesmo ágora,
todo mundo metido
à besta -
tudo
tão divertido
passando direto so-
bre a hemor-
ragia de meu vocal-
bulário
eu aprenden-
do os
piores nomes e
esse mundo virando
uma espécie
estranhíssima de
fumaça
só me restou -
a etern-
idade - de
um dia de todos os
santos
e uma dívida pin-
gando até o
último go-
le
de petr-
óleo

         Jonatas Onofre

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