terça-feira, setembro 01, 2015

Trapdoor to Rave
examinem as avarias no meu fígado,
mas só amanhã. agora podem viver a
trip de Alzeimer [chuvisca numa te-
la analógica e nenhum de nós pode
voltar aos sete anos ou ao primei-
ro nó de línguas] eu quero chupar
o encéfalo grilado dessa Dj-genera-
tion. ou acredito muito em tudo is-
so que parece passar pela gente.mas
nem pode ser mesmo verdade um beijo,
um atrito entre nossos púbis, algum
corpo mais estranho que um copo es-
migalhando-se na tua tatu-traquéia.
[nunca deveriam ter me acordado tão
cedo, a essas horas eu nunca tenho
bons instintos] dançar para que o
holograma de nietzsche nos acenda
buquês de velas vermelhas na encruz-
ilha dadá [eu sei que todos os poets-
tars querem a escritura do cabaret
do voltaire] qualquer dia ainda vou
encher seus mictórios com a areia pro-
duzida na minha bexiga de gás élio.
pensar como se a comissão julgadora
do apocalipse estivesse de recesso
ou prestes a cometer suicídio. aqui
uma informação que pode ser importan-
te: a palavra arrebol nunca ferveu
no meu esperma.[isso é um simulador
de cabeça em curto-circo-icto quando
alguém ainda acredita no ritmo papa-
pai-madre-never-marijuana de um sonet-
otário] aí a gente começa uma festa
no lado mais bad de um satélite ingl-
ês e nem se importa com a precarieda-
de dos jogos de luz. quantas vezes vc
já se perguntou: "em que recôndito a
mulher que eu ainda quero está escon-
dendo as mãos agora?" sorria se ainda
quiser ser uma reprise afundando-se na
tarde de um domingo. esqueço numa gave-
ta todas as vezes em que não respondi
à altura com essa boca bem mais lasci-
va pairando sobre meu uniforme de anjo.
mas esta é a hora de pular com os dois
pés sobre os pedais de destruição. ver
o desespero de quem não sabe a serventia
dos alçapões e acha - mesmo - que é pos-
sível entrar na rave só pressionando-se
para cima. gozar sem as mãos no rosto
mais atônito dessa década [para ser a
obra-prima em HD de um cinegrafista ama-
dor] por sofrermos todos de imperícia e
nunca sabermos a diferença entre transe e
transa até que tenhamos danificado alguma
peça e ninguém mais consiga consertar.
                           Jonatas Onofre

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