terça-feira, outubro 20, 2015

um copo seria
o suficiente

para diluir
o gosto da
caligrafia,


fazer chover
no cárcere
deste atraso,

devolver
o inferno
aos abissais.

essa calma
tropeça,

memória
pende feito

grão, móbile
à barlavento.

o corpo resiste
ao ímpeto do sal;

mas não há
oceano que

saiba regar
esta casa.

um copo seria
o suficiente.

um copo,
mais nada.

       Camillo José

Nenhum comentário:

Postar um comentário